Você já ouviu falar da cirurgia metabólica? O procedimento, recomendado para pacientes com Diabetes tipo 2, oferece excelentes resultados para o controle da doença, além de melhoria na qualidade de vida do indivíduo afetado.
Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre as indicações desta intervenção cirúrgica e sobre os seus benefícios e limitações. Confira.
Relação entre a cirurgia metabólica e o diabetes
O diabetes ocorre quando o pâncreas não consegue mais produzir a quantidade de insulina desejada ou quando o organismo do paciente não consegue utilizar a quantidade de insulina que ele produz.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o 8º país com maior prevalência da doença. Dentre os afetados, a maioria possui o diabetes tipo 2.
É uma posição perigosa, uma vez que a maior parte dos casos está associado a quadros de sobrepeso e obesidade, normalmente causados por alimentação incorreta, problemas hormonais e ausência de atividade física.
Tratamentos
Como sabemos, o diabetes é uma enfermidade sem cura, que progride depressa. Se não for devidamente cuidado, a saúde do paciente pode sofrer desgastes significativos.
Alguns dos problemas que podem ser engatilhados são: amputações, necessidade de transplante de rim, cegueira.
A utilização de medicamentos específicos, assim como alterações nos hábitos cotidianos, podem fazer uma boa diferença no bem-estar do paciente. Ainda assim, nem sempre isto é o suficiente.
Cirurgia metabólica e qualidade de vida
Consideramos cirurgia metabólica qualquer tipo de intervenção feita na região do tubo digestivo, com o intuito de controlar o diabetes tipo 2 e auxiliar no emagrecimento de pessoas afetadas.
Embora seja possível que o médico utilize diversas técnicas, a mais comum é a derivação gástrica em Y de Roux.
Nela, divide-se o estômago em duas partes, o que limita a ingestão de alimento. Após isso, há a ligação direta de um dos segmentos ao intestino.
O outro segmento, por sua vez, é unido à lateral do intestino. Temos o “Y” que dá nome ao procedimento.
Tais modificações são responsáveis não apenas pelo controle da saciedade e pela diminuição do apetite, mas pela redução dos níveis de glicose no sangue.
Com a diminuição significativa da glicose e posterior perda de peso, o paciente diabético tende a controlar melhor a sua doença.
Quem pode fazer o procedimento?
A cirurgia-tema deste artigo deve ser feita apenas em indivíduos com diabetes tipo 2, como já comentamos, com IMC acima de 30.
É preciso que o paciente tenha entre 30 e 70 anos e esteja obeso: indivíduos considerados magros não são bons candidatos.
A cirurgia deve ser considerado em casos onde o controle do diabetes não obteve o sucesso desejado.
Riscos
Como qualquer procedimento invasivo, a cirurgia metabólica tem os seus riscos.
Durante toda a vida, por exemplo, é esperado que o paciente faça acompanhamento psicológico: há alterações não apenas na autoimagem, mas na produção de hormônios e no padrão de alimentação.
A suplementação de vitaminas também faz parte do pós-operatório, uma vez que alterações na capacidade de absorção de nutrientes também são esperadas.
Se bem feita, a cirurgia metabólica tem pequeno índice de rejeição e é considerada bastante segura.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro!