obesidade

Cirurgia bariátrica e obesidade: Quais são as indicações?

Considerada como uma epidemia, a obesidade não escolhe idade e atinge principalmente uma grande parte da população urbana. Os hábitos de uma sociedade industrializada, com a vida agitada, sedentária e com alimentação desregrada vem aumentando os índices de obesidade de forma alarmante. Esta epidemia de obesidade também inclui as crianças que, uma vez apresentadas à alimentos muito calóricos e, ao mesmo tempo pobres em nutrientes, desenvolvem obesidade infantil com tendência ao agravamento do quadro na idade adulta.

 

Como surge a obesidade?

Os hambúrgueres gigantes de fast food são acompanhados de uma porção de batata frita e um copo grande de refrigerante. Um trio cheio de sabor e que mata a fome de quem tem pouco tempo para se alimentar. Uma refeição extremamente calórica mas de baixíssimo valor nutricional. O alto teor de gorduras e açúcares contribuem para um desequilíbrio nos níveis dos hormônios que regulam o açúcar no sangue, nossa fome e saciedade.  São alimentos que comemos mas que pouco nos alimentam.

As pesquisas médicas são unânimes ao afirmarem que a obesidade mórbida influencia no tempo de vida, pelas consequências devastadoras que provoca no corpo.

Mesmo com efeitos colaterais e os riscos cirúrgicos comuns de qualquer procedimento, a cirurgia para obesidade tem uma excelente taxa de sucesso. Hoje cerca de 80% dos pacientes não tem reganho de peso radical, embora percam muito no começo e ganhem um pouco mais em seguida.

A cirurgia reduz doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, apneia do sono, hérnias de disco e dores articulares causadas pelo excesso de peso.

Quando a cirurgia é realizada?

A cirurgia bariátrica é considerada para pacientes com obesidade instalada e que já passaram por tentativas tradicionais de perda de peso, como dietas e uso de fármacos no auxílio a programas de perda de peso.

Diferente do que muitos acreditam, a cirurgia bariátrica não deve ser vista ou encarada como uma última opção de tratamento. Este tratamento possui indicações precisas e deve ser considerado para casos onde a obesidade mórbida ou comodidades importantes estejam presentes.

A cirurgia bariátrica é aprovada e oferecida pelo SUS, embora ainda pouco disponível nos hospitais públicos, e tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. Além de reduzir bruscamente o peso e a cintura do paciente, também auxilia no controle de doenças como a diabetes tipo 2, a hipertensão e a elevação do colesterol.

Para saber se está apto para realizar a cirurgia, é preciso saber seu IMC, o Índice de Massa Corporal. Valores entre 35 e 40 podem ser considerados para o tratamento cirúrgico, principalmente se os pacientes possuírem agravantes como a diabetes, hipertensão e outras comorbidades. Para pacientes que possuem IMC maior que 40, a cirurgia pode ser indicada mesmo se o paciente não possuir doenças associadas.

O pós-operatório inclui cuidados obrigatórios e diários com o curativo e a dieta, repouso relativo e alimentação leve e mais líquida nos primeiros dias, adequação quanto as atividades físicas (devem ser incluídas na rotina sob orientação médica).

É fundamental seguir o acompanhamento com a equipe multidisciplinar para progredir a dieta e o tratamento, evitando perdas de peso excessivamente drásticas e realizar o controle de doenças associadas.

 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião geral no Rio de Janeiro.

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